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E Lá Fora o Silêncio - LABTD

  • Foto do escritor: capivara crítica
    capivara crítica
  • 28 de abr.
  • 2 min de leitura

udo se dá pela premissa de ser uma roda de negócios audiovisuais, na qual artistas farão seus “pitches” sobre projetos que poderão ou não ser comprados. É neste momento que dois personagens surgem, Crístofer e seu sobrinho, para vender uma série documental baseada em cartas criptografadas encontradas de presas políticas da ditadura militar brasileira.


O tema do audiovisual aparece, para além de na temática, na intervenção, durante a peça, de testemunhos fictícios baseados em entrevistas reais de mulheres presas políticas daquela época.


A obra faz um recorte quanto a essas presas a partir da narratividade que é assumida por Cristofer, um homem trans que conviveu com essas mulheres na prisão e por isso tem acesso a essas cartas. Esse é um ponto de conexão, muitas vezes esquecido, mas que abre possibilidades de diálogos entre esses dois grupos.


Em termos de representatividade, a peça dialoga, de forma muito pertinente com o apagamento da memória e das histórias tanto de mulheres quanto dos corpos transmasculinos. Porém, existe um tom humorístico tanto na atuação quanto na sonoplastia que causa um estranhamento, por se estar falando de um tema muito sério mas com uma forma de dizer que parece não caber ali, porque passa a roubar um tanto da importância da história.


É uma peça confusa de se entender, porque os testemunhos fictícios vão se mesclando. Entretanto parece ser esse o objetivo, para que entendamos que a dor é compartilhada, que todas aquelas figuras sofreram, cada uma de uma origem.


É conflitante para a plateia a situação da venda dessas histórias, porque ao mesmo tempo que parece haver uma crítica a esses espaços que roubam memórias para torná-las vendíveis, essa mesma proposta vai se perdendo com o passar do tempo.


Apesar disso, um momento muito importante da peça é quando o ator Leo Moreira Sá faz uma quebra épica, se apresenta, vai fazendo uma narração e nós vamos sendo bombardeados com rostos de pessoas - mulheres e homens trans - torturados, mortos ou suicidados.Independente das suas questões pelo tom cômico ou pela confusão quanto a posição da plateia, essa é uma obra essencial em um momento como o de agora, tanto pela sua representatividade quanto por seu trabalho com a memória.


É necessário dar rosto aquelas/es que morreram e foram suicidados e passar o microfone, para rememorarmos e não esquecermos, de uma vez por todas, que não podemos arriscar eleger, por mais 4 anos, um homem que faz questão de afirmar que não houve golpe militar, de apagar essas histórias e de matar esses corpos.


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