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Inventário das Coisas EsquecidasColetivo Tresbeiras @coletivo_tresbeira

  • Foto do escritor: capivara crítica
    capivara crítica
  • 28 de abr.
  • 2 min de leitura

Memória e Curadoria, estes são os dois temas que movem “Inventário das Coisas Esquecidas”. Na obra, somos confrontadas com uma pergunta: O que fazer com a cabeça de Antônio Conselheiro?


Mesmo na primeira cena, as imagens parecem ir se esvaindo e somos deixados com a pergunta: O quanto dessa memória é minha e o quanto é o que me contaram?


Isso logo se expande para pensarmos a formação da república no Brasil, principalmente em relação a Guerra de Canudos, este evento ainda nebuloso que marcou nossa história e que somos ensinados a esquecer com facilidade.


A peça, traz uma sequência de cenas que debate essas questões, mas as mais valorosas delas são as que apontam perguntas sobre a relação entre memória e curadoria.


Da mesma forma que com nossa memória, na curadoria, aquilo que é ressaltado prevê uma série de coisas a serem deixadas de lado.


Na história do Brasil, muito é deixado de lado, aquilo que favorece quem sempre esteve no poder. Na peça, como fazer escolhas que relembrem Canudos?


E ainda mais que isso, como relembrar Canudos e criar uma relação com o Brasil hoje?


Uma cena, puramente corporal, ganha destaque nesse sentido, quando o ator Gabriel Goés vai aos poucos transformando sua partitura em uma imagem atual que bem conhecemos, a arma na mão de um presidente da república.


Para além, a obra faz um ótimo trabalho em explorar a materialidade dos objetos, desde pedaços de carbono, imagens históricas, uma câmera, trenas e a construção de uma sala de 3,30m por 3,80m, na qual a memória precisa caber.


Por fim, também é preciso pensar sobre destruição. O que se escolhe destruir para não ser mais lembrado? A peça traz isso com cenas potentes de incêndio que nos remetem automaticamente ao incêndio do Museu Nacional e reafirma o que a gente perde quando não temos políticas que valorizam a memória.


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