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Quais são as histórias que escolhemos relembrar? - sobre Odisseia, da @cia.hiato

  • Foto do escritor: capivara crítica
    capivara crítica
  • 28 de abr.
  • 2 min de leitura

A Odisseia é uma das histórias mais antigas que temos acesso, forjada na narrativa oral. Na Odisseia da Cia. Hiato revisitamos essa história pela perspectiva de algumas personagens com pontes auto-ficcionais com as atrizes para nos questionarmos: quais histórias escolhemos relembrar?


Nesse caso, podemos escolher pensar em Odisseu, esse guerreiro que vai a Tróia e demora 20 anos para retornar para casa, lutando contra monstros, gigantes, deuses/as e seus próprios conflitos. Ou, podemos relembrar aquelas que serviram de paisagem para as histórias de Odisseu.


Telêmaco, seu filho abandonado;


Calipso, a ninfa que se apaixonou por ele e por ele foi deixada;


Circe, essa deusa-natureza-ilha-deserta de quem ele desfruta e depois quer se desfazer;


Athena, a deusa que o guiou nesses 20 anos, provocando sentimentos de dignidade e de ódio ao mesmo tempo;


Penélope, a esposa abandonada destinada a esperar pela sua volta calada;


Mas por que? Por que contar essas histórias a partir dessas perspectivas? E ainda mais, misturá-las com a história das próprias atrizes?


Porque é preciso entender o poder da narratividade, tanto para fincar uma história em nosso imaginário, quanto para apagar outras. E para além, entender como nos identificamos com essas histórias ainda hoje. Porque essas histórias-paisagem somos nós, para além do herói, para além do homem que saiu para a guerra, aqueles que ficaram e aqueles que se depararam com ele no caminho.


A maneira como a cia. hiato escolheu fazer isso é envolvente. Às vezes em um diálogo simples com a plateia, às vezes de forma interativa em um karaokê, às vezes performática, mas em todas elas, o grupo sucede e nos fazer sentir parte de um todo, de um comum, de um local diferente para escutar essas histórias e até mesmo para, caso queiramos, contar as nossas próprias.


A obra é longa, são 4 horas de peça, mas quase não sentimos o tempo passar, pois a cada intervalo, somos envolvidos em uma nova maneira de estarmos presentes e querendo fazer parte daquele acontecimento. Sentar e escutar histórias, do começo ao fim, hoje, raro, é


ree

uma experiência!

 
 
 

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